doses cavalares de mesmice e paranóias concretizadas em refluxos de inconsciência


20090111

Nada contra...

Sofro de um mal incondicional que é expresso pela verbalização de minhas intenções e análise da resposta dos interlocutores, e assim evito o saudosismo, não olhando para trás, pois vivo dia após dia sem pensar.

Só existe a indecisão entre as coisas que já sei e hipóteses não cogitadas que me arrependo por antecedência. O problema de mudar constantemente de opinião é a não linearidade de seus planos, sempre subliminares - quando existem.

E conseguir aguçar o tino para sentir a cor de uma só vida não faz parte de receita para coisa alguma. E esperar o sarro para descrever o orgasmo é outra coisa a ser considerada, se você quiser conversar...

Identificar se a linha traçada está sendo seguida é muita burocracia para uma só vida. Então passo os dias me entediando diariamente e sentindo que estou perdendo tempo. Os cabelos brancos aparecem e as coisas aparentam sempre melhor para os outros. O gramado do vizinho é mais verde e cheio de mulheres bonitas.

Amorfinando as tardes com falta de palavras e atitudes vazias,
cultivo vícios como animais de estimação e me incomodo com a velocidade ímpar do limpador de pára brisa.

Outrora, dopado e sem neuras plausíveis. Compro falsas sensações nos tons que tocam John Scofield, mas as letras maiúsculas pouco significam. As pessoas me roubaram a solidão. Vícios contidos a chave e carne.